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Bem vindos apaixonados pela História e pelos quadrinhos. Neste espaço iremos discutir a ciência histórica, mas, acima de tudo as curiosidades que fazem ela ser tão fascinante e maravilhosa.


domingo, 15 de abril de 2012

O Brasil pré-histórico (40000ac- 5000ac)


     Na história europeia, os nomes geralmente usados na periodização universal são: Paleolítico (Inferior, Médio e Superior), Mesolítico, Neolítico e Civilização ou Urbanismo (Pré-Clássico, Clássico e Pós-Clássico). Os nomes americanos aproximadamente correspondentes são:
I. Período Lítico, que pode ser usado no sentido semelhante ao Paleolítico e dividido em um período Pré-pontas e outro Paleoíndio.
II. Período Arcaico (Mesolítico);
III. Período Formativo (Neolítico);
IV. Período Pós-Cabralino, a partir da presença europeia e o estabelecimento do processo civilizatório (excluídas, no período, as fases pré-clássica e clássica).
   O povoamento da América e, naturalmente, do Brasil, ocorreu no término do Pleistoceno, que corresponde ao final da última glaciação. Os principais artefatos da pré-história brasileira são as pedras manipuladas para a confecção de instrumentos, os fragmentos cerâmicos, a reciclagem de ossos de animais e conchas, notadamente. Os locais onde são encontrados os artefatos são identificados como sítios arqueológicos. Pela sua condição espacial, os sítios são classificados como abrigos, sítios a céu aberto e sítios construídos; pela funcionalidade, sítio habitação (estável ou ocasional), depósitos de lixo (sambaquis), oficinas de trabalho, sítios cerimoniais (cemitério, registro rupestre). Cada sítio arqueológico é uma página da pré-história.

A pré-história brasileira é dividida em dois grandes períodos:



Culturas do Pleistoceno (Anteriores a 12.000 AP)

AP – significa “Antes do Presente” que, por convenção, é 1950.
Trata-se de uma menção à descoberta da técnica de datação através do carbono 14, que se deu em 1952. As referências cronológicas obtidas através de métodos físicos são sempre acompanhadas de suas respectivas margens de erro, que são expressas com o sinal positivo e o negativo (±).
I. A Cultura do Paleoíndio

Populações que teriam vivido concomitantemente com a megafauna. Sítios principalmente de matança, não de acampamentos residenciais. Artefatos identificadores, pontas bifaciais, especializadas, de projétil, geralmente acompanhadas de lascas usadas como facas, raspadores e raspadeiras; o ambiente, um período frio e seco; população, pouco numerosa e nômade, organizada em bandos frouxos. Os animais caçados seriam, como hipótese ainda não plenamente constatada, os que se extinguiram com o final da glaciação e que, em termos populares, poderíamos denominar de bisontes, cervídeos e camelídeos, antigos cavalos, preguiças e tatus gigantes, antas, tigres-dente-de-sabre etc.

Luzia, um dos mais antigos registros da
presença humana no Brasil.
Megatério
Fonte: Museu Nacional/RJ.
Mastodonte
Fonte: Museu Nacional/RJ

Culturas do Holoceno (12.000 AP)

As culturas pré-cerâmicas

   Temperaturas quentes com umidade localmente diversificadas. Vegetação em expansão. Na alimentação, os moluscos terrestres ocupam posição determinada, amplia-se a acesso a proteínas vegetais e caça mais reduzida. As culturas estão sendo diversificadas, à proporção que os grupos de caçadores-coletores se adaptar aos recursos locais. A pedra era predominantemente utilizada para fabricar artefatos que englobam ferramentas, armas e objetos de adorno. O uso das peças líticas caracteriza-se no período como múltiplo: cortar, raspar, furar, desbastar, moer, aplainar, serrar e até decorar. A matéria-prima predominante: o sílex, o quartzo e a calcedônia. Duas técnicas foram empregadas em função do uso e do avanço tecnológico: o lascamento e o polimento.


Artefatos líticos da tradição UMBU. Paraná.
(Segundo Chmy, coord., Projeto Arqueológico Itaipu)
Fonte: Prous, André (1992)
II. As culturas pré-cerâmicas do litoral: Os sambaquis

Em lagunas, baías, enseadas ou ao longo dos mangues há o registro de importantes sítios arqueológicos: os sambaquis. A palavra, de origem tupi, significa amontoado (IRI) de mariscos ou conchas (TAMPA). Compreendem, portanto, os acúmulos artificiais de conchas e moluscos (Ostra, Berbigão, Mexilhão). Os grupos pré-históricos de coletores marinhos baseavam o seu sustento preferencialmente na coleta de moluscos, que eram abundantemente encontrados nas lagoas, mangues e baías do litoral do Brasil. Não se sabe se a coleta de moluscos seria uma atividade predominante e anual de moradores do litoral ou uma atividade estacional e complementar de populações transumantes entre o litoral e o interior. As datações nos sambaquis brasileiros situam aquelas culturas entre oito e dois mil anos do presente. Em forma de calotas, os sambaquis ou concheiros constituem morros artificiais entre dois e dez metros de altura, com trinta metros, em média, de comprimento e largura. A decapagem nos depósitos constata vestígios humanos: fogueiras, enterramentos, líticos, restos de alimentos e, em menor número, recipientes de barro não cozido.



Zoólitos. Coleção Padre Rohr, IPHAN, SC.

Leonardo França

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