A Arábia
Pré-Islâmica A Arábia está localizada numa região desértica, entre o mar
Vermelho e o Golfo Pérsico. A maioria de seu território é impróprio para a
agricultura; sua população, sendo assim, dedicou-se ao pastoreio. Do início de
seu povoamento até o fim do século VI, a Arábia não possuía um poder político
centralizado e se achava dividida em duas regiões distintas:
·
Arábia desértica: nesta região, que corresponde à
maioria do território árabe, viviam os beduínos, tribos nômades-pastoris em
constante disputa pelos oásis e poços de água; (ARABES DO DESERTO)
·
Arábia feliz: esta região era formada por tribos
sedentárias, organizadas sob forma de clãs familiares, que, nas regiões
litorâneas da Península Arábica, desenvolviam uma economia agrícola e
mercantil. Nela surgiram as principais cidades árabes, verdadeiros centros comerciais
como Meca e Yatreb. Pontos de passagem de caravanas que ligavam o Oriente ao
norte da África, nessas cidades, sobretudo em Meca, surgiu uma aristocracia
mercantil, formada por famílias que dominavam o comércio. Em Meca, esse papel
era desempenhado pela tribo coraixita. (ARABES URBANOS) A religião da Arábia
pré-islâmica também favorecia a importância da cidade de Meca. Os árabes, antes
de Maomé, seguiam o politeísmo idólatra, isto é, cada tribo cultuava seus
ancestrais sob forma de ídolos (imagens) que se achavam conservados na Caaba
(templo) de Meca. O deus principal era Alá, simbolizado pela “pedra negra”,
que, segundo eles, havia sido enviada dos céus.
Anualmente,
milhares de peregrinos, oriundos de todas as regiões da Península Arábica,
deslocavam-se em direção à Meca, dinamizando ainda mais o comércio e gerando
uma riqueza considerável para os mercadores da cidade.
A Unificação Política Maomé (570 - 632)
Nasceu em Meca, membro de uma
família pobre da tribo coraixita, e foi responsável pelo surgimento de uma nova
religião, o islamismo, que garantiu a unidade política à Arábia. Órfão muito
cedo, Maomé foi criado por um avô e um tio. Até os 20 anos foi pastor, quando,
então, empregou-se na caravana de uma rica viúva chamada Kadidja, com quem veio
a se casar mais tarde e de quem teve uma filha. Atuando como caravaneiro, tomou
contato com as duas religiões monoteístas da época: o judaísmo e o
cristianismo, das quais extraiu elementos para fundar uma nova religião
monoteísta.
Após um isolamento no deserto,
voltou à Meca, onde, afirmando ter recebido mensagens de Deus, através do
Arcanjo Gabriel, tentou divulgar sua doutrina. Dizia-se instrumento de Deus,
enviado aos árabes para ensinar- lhes o caminho da salvação.
Sua doutrina condenava o politeísmo idólatra, fonte de disputas entre os árabes, e defendia o monoteísmo fundado na submissão a Alá e na leitura rigorosa do Corão, livro sagrado dos muçulmanos. Ao divulgar sua doutrina, Maomé chocou-se com os interesses econômicos dos coraixitas de Meca que temiam que a nova religião diminuísse as peregrinações à Caaba, prejudicando assim seus negócios. Maomé foi perseguido e expulso de Meca em 622 (início do calendário islâmico), dirigindo-se para a cidade de Yatreb, episódio conhecido como Hégira. A cidade de Yatreb, depois Medina (“a cidade do profeta”), recebeu Maomé e seus seguidores, aderindo à religião islâmica e divulgando-a entre os beduínos do deserto. Em pouco tempo, Maomé conquistou uma legião de adeptos que, em 630, se dirigiu e conquistou Meca. Conseguiu, dessa forma, impor uma única religião aos árabes, elemento determinante para a unificação política da região; Maomé, além de chefe religioso, passou a ser o chefe político dos árabes. Em 632, o profeta Maomé morreu e foi sucedido pelos Califas (seguidores do profeta).
Sua doutrina condenava o politeísmo idólatra, fonte de disputas entre os árabes, e defendia o monoteísmo fundado na submissão a Alá e na leitura rigorosa do Corão, livro sagrado dos muçulmanos. Ao divulgar sua doutrina, Maomé chocou-se com os interesses econômicos dos coraixitas de Meca que temiam que a nova religião diminuísse as peregrinações à Caaba, prejudicando assim seus negócios. Maomé foi perseguido e expulso de Meca em 622 (início do calendário islâmico), dirigindo-se para a cidade de Yatreb, episódio conhecido como Hégira. A cidade de Yatreb, depois Medina (“a cidade do profeta”), recebeu Maomé e seus seguidores, aderindo à religião islâmica e divulgando-a entre os beduínos do deserto. Em pouco tempo, Maomé conquistou uma legião de adeptos que, em 630, se dirigiu e conquistou Meca. Conseguiu, dessa forma, impor uma única religião aos árabes, elemento determinante para a unificação política da região; Maomé, além de chefe religioso, passou a ser o chefe político dos árabes. Em 632, o profeta Maomé morreu e foi sucedido pelos Califas (seguidores do profeta).
A Expansão do Islamismo
No final do século VII, a
população árabe viveu um intenso crescimento demográfico que gerou a
necessidade de novas terras. Um elemento da religião fundada por Maomé serviu
de justificativa para a expansão territorial verificada no século seguinte.
Segundo os preceitos islâmicos, todo seguidor de Maomé deve ser um soldado
encarregado de levar a fé a todos os “infiéis”(djihad = Guerra Santa). Tal
motivação levou os árabes, comandados pelos califas, à expansão por vastas
áreas do Mediterrâneo.
A expansão muçulmana ampliou os domínios árabes em
direção ao mar Mediterrâneo e só foi contida na Europa por Carlos Martel, do
reino Franco, em 732, na batalha de Poitiers. Durante quase mil anos, os
árabes-muçulmanos controlaram a navegação e o comércio no Mediterrâneo,
bloqueando o acesso dos europeus ao comércio com o Oriente. A partir de meados
do século VIII, o Império Islâmico começou a dar os primeiros sinais de
decadência. Inicialmente porque a dinastia Omíada, responsável pelo apogeu
expansionista, foi substituída pela dinastia dos Abássidas que, disputando o
poder político, acabou por promover a fragmentação do Império em Califados
independentes. Por outro lado, a resistência ibérica à dominação islâmica sobre
a região (Guerra de Reconquista) e o movimento das Cruzadas, iniciado no século
X pelos cristãos, também contribuíram para o enfraquecimento do Império.
Finalmente, os turcos- otomanos convertidos ao islamismo entraram em choque com
os árabes pelo domínio do Mediterrâneo.
A Cultura Islâmica
A cultura islâmica assimilou elementos de diversas
culturas, reelaborando-os e enriquecendo-os com contribuições originais. Assim,
dentre as principais realizações culturais dos árabes, podemos destacar:
·
Ciências: campo em que os muçulmanos mais se
desenvolveram; na matemática aprimoraram a Álgebra e a Geometria; dedicaram-se
também à Astronomia e à Química (alquimia);
·
Medicina: grande foi a importância de Avicena que,
entre várias descobertas, diagnosticou a varíola e o sarampo e descobriu a
natureza contagiosa da tuberculose;
·
Artes Plásticas: a pintura e a escultura não
contaram com grande desenvolvimento pela proibição de se representar formas
vivas; a arquitetura sofreu influência bizantina e persa, utilizando em
profusão cúpulas, minaretes e arcos ogivais;
·
No campo da matemática, deixaram de legado cultural
para o ocidente, o sistema numérico. (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9).
·
Literatura: contamos com vasta produção, com
destaque para a coletânea As mil e uma noites e o poema Rubaiyat, de Omar
Khayam.
Nunca é
demais enfatizar que o grande legado da civilização islâmica para o mundo foi a
religião fundada por Maomé e que conta com milhões de adeptos.
Leonardo França
Nenhum comentário:
Postar um comentário