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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Mundo Muçulmano


A Arábia Pré-Islâmica A Arábia está localizada numa região desértica, entre o mar Vermelho e o Golfo Pérsico. A maioria de seu território é impróprio para a agricultura; sua população, sendo assim, dedicou-se ao pastoreio. Do início de seu povoamento até o fim do século VI, a Arábia não possuía um poder político centralizado e se achava dividida em duas regiões distintas:
·         Arábia desértica: nesta região, que corresponde à maioria do território árabe, viviam os beduínos, tribos nômades-pastoris em constante disputa pelos oásis e poços de água; (ARABES DO DESERTO)
·         Arábia feliz: esta região era formada por tribos sedentárias, organizadas sob forma de clãs familiares, que, nas regiões litorâneas da Península Arábica, desenvolviam uma economia agrícola e mercantil. Nela surgiram as principais cidades árabes, verdadeiros centros comerciais como Meca e Yatreb. Pontos de passagem de caravanas que ligavam o Oriente ao norte da África, nessas cidades, sobretudo em Meca, surgiu uma aristocracia mercantil, formada por famílias que dominavam o comércio. Em Meca, esse papel era desempenhado pela tribo coraixita. (ARABES URBANOS) A religião da Arábia pré-islâmica também favorecia a importância da cidade de Meca. Os árabes, antes de Maomé, seguiam o politeísmo idólatra, isto é, cada tribo cultuava seus ancestrais sob forma de ídolos (imagens) que se achavam conservados na Caaba (templo) de Meca. O deus principal era Alá, simbolizado pela “pedra negra”, que, segundo eles, havia sido enviada dos céus.
Anualmente, milhares de peregrinos, oriundos de todas as regiões da Península Arábica, deslocavam-se em direção à Meca, dinamizando ainda mais o comércio e gerando uma riqueza considerável para os mercadores da cidade.

A Unificação Política Maomé (570 - 632)

Nasceu em Meca, membro de uma família pobre da tribo coraixita, e foi responsável pelo surgimento de uma nova religião, o islamismo, que garantiu a unidade política à Arábia. Órfão muito cedo, Maomé foi criado por um avô e um tio. Até os 20 anos foi pastor, quando, então, empregou-se na caravana de uma rica viúva chamada Kadidja, com quem veio a se casar mais tarde e de quem teve uma filha. Atuando como caravaneiro, tomou contato com as duas religiões monoteístas da época: o judaísmo e o cristianismo, das quais extraiu elementos para fundar uma nova religião monoteísta.
Após um isolamento no deserto, voltou à Meca, onde, afirmando ter recebido mensagens de Deus, através do Arcanjo Gabriel, tentou divulgar sua doutrina. Dizia-se instrumento de Deus, enviado aos árabes para ensinar- lhes o caminho da salvação.
Sua doutrina condenava o politeísmo idólatra, fonte de disputas entre os árabes, e defendia o monoteísmo fundado na submissão a Alá e na leitura rigorosa do Corão, livro sagrado dos muçulmanos. Ao divulgar sua doutrina, Maomé chocou-se com os interesses econômicos dos coraixitas de Meca que temiam que a nova religião diminuísse as peregrinações à Caaba, prejudicando assim seus negócios. Maomé foi perseguido e expulso de Meca em 622 (início do calendário islâmico), dirigindo-se para a cidade de Yatreb, episódio conhecido como Hégira. A cidade de Yatreb, depois Medina (“a cidade do profeta”), recebeu Maomé e seus seguidores, aderindo à religião islâmica e divulgando-a entre os beduínos do deserto. Em pouco tempo, Maomé conquistou uma legião de adeptos que, em 630, se dirigiu e conquistou Meca. Conseguiu, dessa forma, impor uma única religião aos árabes, elemento determinante para a unificação política da região; Maomé, além de chefe religioso, passou a ser o chefe político dos árabes. Em 632, o profeta Maomé morreu e foi sucedido pelos Califas (seguidores do profeta).

A Expansão do Islamismo

No final do século VII, a população árabe viveu um intenso crescimento demográfico que gerou a necessidade de novas terras. Um elemento da religião fundada por Maomé serviu de justificativa para a expansão territorial verificada no século seguinte. Segundo os preceitos islâmicos, todo seguidor de Maomé deve ser um soldado encarregado de levar a fé a todos os “infiéis”(djihad = Guerra Santa). Tal motivação levou os árabes, comandados pelos califas, à expansão por vastas áreas do Mediterrâneo.
A expansão muçulmana ampliou os domínios árabes em direção ao mar Mediterrâneo e só foi contida na Europa por Carlos Martel, do reino Franco, em 732, na batalha de Poitiers. Durante quase mil anos, os árabes-muçulmanos controlaram a navegação e o comércio no Mediterrâneo, bloqueando o acesso dos europeus ao comércio com o Oriente. A partir de meados do século VIII, o Império Islâmico começou a dar os primeiros sinais de decadência. Inicialmente porque a dinastia Omíada, responsável pelo apogeu expansionista, foi substituída pela dinastia dos Abássidas que, disputando o poder político, acabou por promover a fragmentação do Império em Califados independentes. Por outro lado, a resistência ibérica à dominação islâmica sobre a região (Guerra de Reconquista) e o movimento das Cruzadas, iniciado no século X pelos cristãos, também contribuíram para o enfraquecimento do Império. Finalmente, os turcos- otomanos convertidos ao islamismo entraram em choque com os árabes pelo domínio do Mediterrâneo.

A Cultura Islâmica
    
 A cultura islâmica assimilou elementos de diversas culturas, reelaborando-os e enriquecendo-os com contribuições originais. Assim, dentre as principais realizações culturais dos árabes, podemos destacar:
·         Ciências: campo em que os muçulmanos mais se desenvolveram; na matemática aprimoraram a Álgebra e a Geometria; dedicaram-se também à Astronomia e à Química (alquimia);
·         Medicina: grande foi a importância de Avicena que, entre várias descobertas, diagnosticou a varíola e o sarampo e descobriu a natureza contagiosa da tuberculose;
·         Artes Plásticas: a pintura e a escultura não contaram com grande desenvolvimento pela proibição de se representar formas vivas; a arquitetura sofreu influência bizantina e persa, utilizando em profusão cúpulas, minaretes e arcos ogivais;
·         No campo da matemática, deixaram de legado cultural para o ocidente, o sistema numérico. (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9).
·         Literatura: contamos com vasta produção, com destaque para a coletânea As mil e uma noites e o poema Rubaiyat, de Omar Khayam.
Nunca é demais enfatizar que o grande legado da civilização islâmica para o mundo foi a religião fundada por Maomé e que conta com milhões de adeptos.
Leonardo França

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