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Bem vindos apaixonados pela História e pelos quadrinhos. Neste espaço iremos discutir a ciência histórica, mas, acima de tudo as curiosidades que fazem ela ser tão fascinante e maravilhosa.


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Historia do Engenho

    O primeiro engenho de açúcar registrado em território português pertenceu a Diogo Vaz de Teive, escudeiro do Infante D. Henrique, com contrato de construção datado de 5 de Dezembro de 1452. Localizava-se na Ilha da Madeira, no então lugar da Ribeira Brava, Capitania do Funchal. A força motriz deste engenho era a água da ribeira.
    Os primeiros engenhos da ilha eram todos movidos a água ou pela força de bois, sendo os cilindros construídos algumas vezes com madeira de til, nessa época muito frequente. Além dos engenhos, existiam também as alçapremas ou prensas manuais. Não consta da documentação qual o processo de que se serviram os proprietários de engenhos e alçapremas para fabricar o açúcar, mas supõe-se que esse processo consistisse em fazer cozer as garapas em caldeiras até obter a consistência de um xarope espesso, sendo neste ponto transferidas para vasos furados no fundo, onde se depositariam os cristais, saindo o liquido pelos orifícios. Supõe-se também que na purificação dos açucares fossem empregados a água de cal e o carvão animal, produtos que a indústria moderna de produção açucareira igualmente utiliza. A indústria da refinação dos açucares floresceu na Madeira no século XV, passando daqui para Lisboa e colónias do Reino. Acerca disto comentou o Dr. Álvaro Rodrigues de Azevedo, nas Saudades da Terra, que na metrópole “criou tantas fortunas particulares, com detrimento das colónias e da indústria saccharina mesma“.

Ilha da Madeira

   O primeiro engenho que existiu na Madeira foi o de Diogo Vaz de Teive, construído em 1452, mas em 1590, à época em que Gaspar Frutuoso escreveu as Saudades da Terra, havia já mais de 30 engenhos dispersos pela ilha, apesar dos sintomas de decadência que já então a indústria sacarina apresentava na ilha. Em 1730 eram já poucos os engenhos na Madeira,  tendo o Dr. Rodrigues de Azevedo estimado que a indústria sacarina tenha desaparecido inteiramente da ilha em 1748, devido à impossibilidade de suportar a concorrência dos açucares americanos, que há muito tempo vinham invadindo os mercados europeus, onde eram vendidos a baixo preço.
   Quando Bowdich visitou a Madeira em 1823, o açúcar fabricado na ilha era em quantidades insignificantes, e em 1826 havia apenas um único engenho em toda a ilha. No ano imediato Severiano Ferraz procedeu à construção de um segundo engenho, o qual ficou concluído em 1828. Em 1851 laboravam quatro fabricas na Madeira, e em 1856 dez no Funchal e 18 em toda a ilha, sendo todas destinadas à destilação de aguardente.
Em 1856 Severiano Alberto Ferraz fundou a fábrica da Ponte Nova, notável para o seu tempo, na qual despendeu cerca de vinte e cinco contos de reis. Esta fábrica, melhorada pelos filhos do fundador, tinha em 1862 clarificadores a vapor, concentradores de Bour, maquinas centrífugas para a extracção do melaço, e outro equipamento, sendo considerada como um estabelecimento de primeira ordem e o melhor que existia à época no Funchal. Era movida a vapor, sendo o movimento distribuído por uma maquina de dez cavalos a outras diferentes maquinas de fabricação. Também em 1856 foi fundada por por William Hinton & C.a a Fábrica do Torreão, usando como motor a água, embora no Verão, ao escassear este recurso, o movimento fosse estabelecido por uma maquina a vapor da força de doze cavalos. Em 1861 contavam-se vinte e nove fabricas em toda a ilha, cinco das quais manipulavam açúcar. Em 1872 existiam sete fabricas a vapor, e delas cinco em laboração, e uma a entrar em funcionamento; nove engenhos movidos a água; e alguns pela força de bois. As fábricas produziam açúcar e aguardente, sendo esta consumida quase toda em Portugal.

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