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Bem vindos apaixonados pela História e pelos quadrinhos. Neste espaço iremos discutir a ciência histórica, mas, acima de tudo as curiosidades que fazem ela ser tão fascinante e maravilhosa.


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

EUA no sec XIX

    Após conquistar sua independência, que serviu de modelo e inspiração para as outras colônias Americanas, os Estados Unidos viram-se diante de uma árdua tarefa: organizam sua política interna de maneira a conciliar os interesses das antigas treze colônias. Como já vimos, a forma de colonização implantada na América do Norte favoreceu a formação de diferentes regiões. Em cada uma delas, as idéias a respeito do novo governo eram tão diferentes quanto às atividades econômicas que desenvolviam. Assim, uma corrente defendia a organização de um forte governo central e a adoção de tarifas protecionistas que incentivassem o desenvolvimento industrial. A outra corrente, vinculada aos produtores escravistas do sul, defendia uma política livre-cambista, que garantia o escoamento de suas matérias-primas, principalmente o algodão, em troca de produtos industrializados europeus.Diante dessas duas forças, ficou difícil ao governo definir um único rumo para o pais, pois a Constituição americana assumiu um caráter bastante genérico, facultando a cada estado a definição de suas próprias leis, desde que estas não entrassem em conflito com a orientação da União.Somente com a eleição de Andrew Jackson em 1829 delinearam-se mais claramente as tendências democráticas na sociedade norte-americana. Para isso contribuiu principalmente a adoção do sufrágio universal.

A Marcha para o Oeste

A Marcha para o Oeste foi à incorporação de territórios interioranos pelos colonos pioneiros e desbravadores, que faziam a fronteira mover-se sempre um passo além. Uma série de fatores motivaram e favoreceram esta expansão:

• A escassez de terras na faixa atlântica;
• A possibilidade de as famílias de colonos tornarem-se proprietárias, o que também atraiu imigrantes europeus;
• A necessidade do Norte, em faze de industrialização, de conseguir matérias-primas e alimentos;
• A corrida do ouro;
• A conquista de áreas de pastagens para os rebanhos;
• A construção de ferrovias, que permitia a aplicação lucrativa de capitais e integrava os mercados, assegurando o comércio para a produção agrícola.

Na primeira metade do século XIX, os Estados Unidos adquiriram uma série de regiões importantes, através de compras e atacados. Com essas aquisições, o território norte-americano passou a ter 7 700 000 quilômetros quadrados. A ocupação das novas áreas foi disciplinada pelo governo americano através do Edito do Noroeste (1787), que definia a formação de novos Estados em três etapas:

Primeira etapa- a área ficaria sob controle do governo federal, ate que sua população atingisse 5 000 eleitores;
Segunda etapa- ao atingir 5 000 eleitores, o território adquiria auto-governo;

Terceira etapa- ao atingir 60 000 habitantes, o território era adquirido como Estado da União, com os mesmos direitos dos Estados mais antigos.
Dessa forma o governo visava impedir que as novas áreas fossem dominadas pelos Estados já existentes.

Com a Marcha para o Oeste continuaram as divergências entre o norte e o Sul. O problema maior surgiu com relação ao regime de propriedade e o tipo de mão-de-obra a ser empregado nos novos territórios. O Norte pretendia que se instalassem pequenas propriedades com mão-de-obra livre e assalariada, enquanto o Sul defendia a ampliação dos latifúndios escravistas. Esse antagonismo era determinado não somente por interesse econômico, mas também por interesse político.Temia-se que a inclusão de novos representes no legislativo viesse a romper o equilíbrio, até então existente, entre os Estados abolicionistas e os Estados escravistas.

Para manter a estabilidade, firmou-se em 1820 o Compromisso do Missouri. Esse acordo delimitava, pelo paralelo 36°30’, os territórios escravistas e os territórios livres, regulamentado a criação dos novos membros da União. Porém a solicitação da Califórnia, em 1850, para fazer parte da União como Estados não-escravocrata desencadeou uma grave crise, pois desobedecia ao Compromisso do Missouri. Utah e Novo México também pediam sua anexação à União como Estados neutros, ao mesmo tempo que crescia a campanha abolicionista nos Estados Unidos.Com essas questões o Compromisso perdeu o sentido e em 1854 o Congresso aprovou a entrada de novos Estados, com o direito de decidirem sobre a escravidão em seus territórios. A tensão entre escravocratas e abolicionistas aumentou, culminando no confronto armado entre Norte e Sul conhecido como Guerra de Secessão.

A Guerra de Secessão (1861-1865)

As diferencias de interesses existentes entre as elites do sul agrário e as do norte industrial foram as causas da guerra civil norte-americana.A burguesia industrial nortista, em ascensão, estava ansiosa por garantir para si os novos mercados que estavam se formando com aumento da imigração e com as altas taxas de natalidade. Contudo, dois empecilhos impossibilitavam seus planos expansionistas: a escravidão e a resistência sulista às tarifas protecionistas. Os nortistas eram fracamente contrários à escravidão porque ela impossibilitava o crescimento do mercado interno. Já os sulistas defendiam a manutenção de seus privilégios aristocráticos. Acreditavam que, sem a escravidão, as suas bases econômicas desmoronariam.Após as eleições presidenciais de 1860, que escolheram o candidato apoiado pelo Norte, Abraham Lincoln, os Estados escravistas do Sul resolveram se separar de União;formando uma confederação. Apesar da flagrante inferioridade em número de homens, em recursos e armas, os Estados Confederados atacaram o Norte, em 1861, dando início a guerra civil.Alem de contar com a ajuda do Oeste o Norte utilizou a Marinha para bloquear o apoio da Europa, principalmente da Inglaterra, aos Estados sulistas, dos quais esse país importa o algodão para alimentar suas industrias.O Sul conseguiu algumas vitórias. No entanto, após a Batalha de Gettysburg em 1863, o Norte tomou a ofensiva, derrotando as tropas sulistas e arrasando completamente os Estados Confederados. A tomada da capital da Confederação, Richmond, na Virginia, em 1865 selou o fim da guerra, com a rendição completa do Sul.Nesse mesmo ano o presidente Abraham Lincoln foi assassinado por um fanático sulista.A abolição da escravatura foi decretada por Lincoln em janeiro de 1865. Porém, não foi acompanhada de nenhum programa que possibilitasse a integração de negro liberto na sociedade americana. Essa situação de desvantagem social tendeu a se perpetuar, principalmente devido ao aparecimento de sociedades secretas racistas no Sul, como o ku Klux Klan, que através de segregacionismo e intimidações freqüentemente violentadas impediam os ex-escravos a assumirem plenamente sua cidadania.

O desenvolvimento capitalista nos Estados Unidos

    Com o fim da guerra da secessão e com a abolição da escravatura, o governo pôde se dedicar à organização e a exploração econômica das terras conquistadas no Oeste.Isso principalmente porque grandes áreas na costa do Pacífico haviam sido rapidamente povoadas, com a descoberta de ouro na Califórnia, por volta de 1848.A mineração atraíra milhares de pessoas para o Oeste, incentivadas pela possibilidade de fácil enriquecimento.Mesmo com o esgotamento dos filões, áreas desconhecidas foram desbravadas, abrindo caminho para a posterior ocupação através da agropecuária. Durante a guerra, para que a zona industrializada se empenhasse mais na produção bélica - industriais metalúrgica e siderúrgica -, o Congresso promulgou uma lei (Lei Homestead,1868) oferecendo no Oeste terras gratuitas aos colonos imigrantes.O objetivo dessa lei era aumentar os suprimentos agrícolas.A integração entre as duas áreas – Leste e Oeste – deu-se com o desenvolvimento das ferrovias, que, á medida que foram sendo construídas, possibilitaram a ocupação do território.Isto se deu com grande rapidez.A construção de ferrovias precedeu o povoamento e forçou a tomada de terras indígenas, principalmente pelo extermínio de inúmeras tribos.As estradas de ferro uniram o Leste com o Pacifico e asseguraram o escoamento dos produtos no mercado interno,que agora assumia dimensões continentais. Ao contrario da época de ocupação colonial, quando os colonos produziam para sua subsistência, nesta fase os pioneiros foram obrigados a se especializarem para atender á demanda crescente das áreas mais desenvolvidas.Muito embora a mão-de-obra fosse escassa, a produtividade aumentou graças à mecanização da produção agrícola e aos progressos técnicos alcançados nesse período.Alguns colonos,entretanto,ao hipotecarem suas terras para a compra de maquinas e insumos (matéria-prima,adubo,energia etc), acabaram arruinados, perdendo suas propriedades para grandes grupos financeiros.Foi justamente no período do pós-guerra que se deu á consolidação dos grandes grupos financeiros. Estes aumentaram seu patrimônio explorando a agricultura com a cobrança de juros exorbitantes e canalizando esses ganhos para investimentos nas industrias concentradas no nordeste dos Estados Unidos.Além de submetida aos banqueiros,a agricultura também estava sujeita a outros tipos de exploração:

• As industrias cobravam altos preços pelas maquinas agrícolas;
• Os comerciantes,por possuírem armazéns, compravam a produção a baixos preços ou cobravam pela estocagem dos produtos;
• As companhias ferroviárias cobravam elevados preços pelos fretes,diminuindo o lucro dos fazendeiros.

A inauguração de um novo processo de fabricação industrial(linha de montagem e produção em massa) implicou num amplo desenvolvimento técnico e no avanço da organização empresarial.Altas tarifas protecionistas contra a concorrência estrangeira beneficiaram esse processo.A industrialização foi, portanto, a conseqüência mais importante da Guerra da secessão, colocando a nação americana na liderança do avanço capitalista.Para tanto muito contribuíram:

• A criação de um novo tipo de companhia – o truste monopolista;
• Novos inventos, como o processo Bessemer do aço;
• Novas fontes de energia(o vapor e a eletricidade),que, aplicadas à produção reduziam os custos.

Assim, desenvolvendo de maneira integrada todos os setores de produção, os Estados Unidos puderam, em fins do século XIX, concorrer em pé de igualdade com as grandes potências européias na etapa avançada do desenvolvimento capitalista: o imperialismo.

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