O Período Pré-Colonial: A fase do pau-brasil (1500 a 1530)
A
expressão "descobrimento" do Brasil está carregada de eurocentrismo
(valorização da cultura européia em detrimento das outras), pois desconsidera a
existência dos índios em nosso país antes da chegada dos portugueses. Portanto,
optamos pelo termo "chegada" dos portugueses ao Brasil. Esta ocorreu em 22 de
abril de 1500, data que inaugura a fase pré-colonial. Neste período não houve a colonização do
Brasil, pois os portugueses não se fixaram na terra. Após os primeiros contatos
com os indígenas, muito bem relatados na carta de Caminha, os portugueses
começaram a explorar o pau-brasil da Mata
Atlântica. O pau-brasil tinha um grande valor no mercado europeu, pois sua
seiva, de cor avermelhada, era muito utilizada para tingir tecidos. Para
executar esta exploração, os portugueses utilizaram o escambo, ou seja,
deram espelhos, apitos, chocalhos e outras bugigangas aos nativos em troca do
trabalho (corte do pau-brasil e carregamento até as caravelas). Nestes trinta anos, o Brasil foi atacado pelos holandeses,
ingleses e franceses que tinham ficado de fora do Tratado de Tordesilhas (acordo
entre Portugal e Espanha que dividiu as terras recém descobertas em 1494). Os corsários ou piratas
também saqueavam e contrabandeavam o pau-brasil, provocando pavor no rei de
Portugal. O medo da coroa portuguesa era perder o território brasileiro para um
outro país. Para tentar evitar estes ataques, Portugal organizou e enviou ao
Brasil as Expedições Guarda-Costas, porém com poucos resultados. Os portugueses continuaram a exploração da madeira, construindo as
feitorias no litoral que nada mais eram do que armazéns e postos de trocas com
os indígenas. No ano de 1530, o rei de Portugal organizou a primeira expedição
com objetivos de colonização. Esta foi comandada por Martin Afonso de Souza e
tinha como objetivos: povoar o território brasileiro, expulsar os invasores e
iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil.
A fase do Açúcar (séculos XVI e XVII )
O açúcar era um produto de muita aceitação na Europa e alcançava um grande valor. Após as experiências positivas de cultivo no Nordeste, já que a cana-de-açúcar se adaptou bem ao clima e ao solo nordestino, começou o plantio em larga escala. Seria uma forma de Portugal lucrar com o comércio do açúcar, além de começar o povoamento do Brasil. A mão-obra-obra escrava, de origem africana, foi utilizada nesta fase.
O açúcar era um produto de muita aceitação na Europa e alcançava um grande valor. Após as experiências positivas de cultivo no Nordeste, já que a cana-de-açúcar se adaptou bem ao clima e ao solo nordestino, começou o plantio em larga escala. Seria uma forma de Portugal lucrar com o comércio do açúcar, além de começar o povoamento do Brasil. A mão-obra-obra escrava, de origem africana, foi utilizada nesta fase.
Administração Colonial
Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu dividir o Brasil
em Capitanias Hereditárias. O território foi dividido em faixas de terras que
foram doadas aos donatários. Estes podiam explorar os recursos da terra, porém
ficavam encarregados de povoar, proteger e estabelecer o cultivo da
cana-de-açúcar. No geral, o sistema de Capitanias Hereditárias fracassou, em
função da grande distância da Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de
indígenas e piratas. As capitanias de São Vicente e Pernambuco foram as únicas
que apresentaram resultados satisfatórios, graças aos investimentos do rei e de
empresários.Após a tentativa fracassada de estabelecer as Capitanias
Hereditárias, a coroa portuguesa estabeleceu no Brasil o Governo-Geral. Era uma
forma de centralizar e ter mais controle da colônia. O primeiro governador-geral
foi Tomé de
Souza, que recebeu do rei a missão de combater os indígenas rebeldes,
aumentar a produção agrícola no Brasil, defender o território e procurar jazidas
de ouro e prata.Também existiam as Câmaras Municipais que eram órgãos políticos
compostos pelos "homens-bons". Estes eram os ricos proprietários que definiam os
rumos políticos das vilas e cidades. O povo não podia participar da vida pública
nesta fase. A
capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais
desenvolvida e rica do país.
A economia colonial
A economia colonial
A
base da economia colonial era o engenho de
açúcar. O senhor de engenho era um fazendeiro proprietário da unidade de
produção de açúcar. Utilizava a mão-de-obra africana escrava e tinha como
objetivo principal a venda do açúcar para o mercado europeu. Além do açúcar
destacou-se também a produção de tabaco e algodão. As plantações ocorriam no sistema de plantation, ou seja, eram
grandes fazendas produtoras de um único produto, utilizando mão-de-obra escrava
e visando o comércio exterior. O
Pacto
Colonial imposto por Portugal estabelecia que o Brasil só podia fazer
comércio com a metrópole.
A sociedade Colonial
A
sociedade no período do açúcar era marcada pela grande diferenciação social. No
topo da sociedade, com poderes políticos e econômicos, estavam os senhores de
engenho. Abaixo, aparecia uma camada média formada por trabalhadores livres e
funcionários públicos. E na base da sociedade estavam os escravos de origem
africana. Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de engenho exercia um
grande poder social. As mulheres tinham poucos poderes e nenhuma participação
política, deviam apenas cuidar do lar e dos filhos. A
casa-grande era a residência da família do senhor de engenho. Nela moravam, além
da família, alguns agregados. O conforto da casa-grande contrastava com a
miséria e péssimas condições de higiene das senzalas (habitações dos
escravos).
Leonardo França
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