Olá, meus queridos seguidores!!


Bem vindos apaixonados pela História e pelos quadrinhos. Neste espaço iremos discutir a ciência histórica, mas, acima de tudo as curiosidades que fazem ela ser tão fascinante e maravilhosa.


domingo, 15 de abril de 2012

Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

Antecedentes
   
Vários problemas atingiam as principais nações européias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra. Vale lembrar também que no início do século XX havia uma forte concorrência comercial entre os países europeus, principalmente na disputa pelos mercados consumidores. Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro. Existia também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade muito grande. A França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região perdida. O pan-germanismo e o pan-eslavismo também influenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos.
O início da Grande Guerra
O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia.
Política de Alianças
    Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha ( a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação de França, Rússia e Reino Unido. O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente.
Desenvolvimento. 
    As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território. A fome e as doenças também eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas.
Fim do conflito
    Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema importância : a entrada dos Estados Unidos no conflito. Os EUA entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Aliança a assinarem a rendição. Os derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que impunha a estes países fortes restrições e punições. A Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada,  perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à França a região da Alsácia Lorena, além de ter que pagar os prejuízos da guerra dos países vencedores. O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o início da Segunda Guerra Mundial. A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos.

                                                                                            Leonardo França 

O Brasil pré-histórico (40000ac- 5000ac)


     Na história europeia, os nomes geralmente usados na periodização universal são: Paleolítico (Inferior, Médio e Superior), Mesolítico, Neolítico e Civilização ou Urbanismo (Pré-Clássico, Clássico e Pós-Clássico). Os nomes americanos aproximadamente correspondentes são:
I. Período Lítico, que pode ser usado no sentido semelhante ao Paleolítico e dividido em um período Pré-pontas e outro Paleoíndio.
II. Período Arcaico (Mesolítico);
III. Período Formativo (Neolítico);
IV. Período Pós-Cabralino, a partir da presença europeia e o estabelecimento do processo civilizatório (excluídas, no período, as fases pré-clássica e clássica).
   O povoamento da América e, naturalmente, do Brasil, ocorreu no término do Pleistoceno, que corresponde ao final da última glaciação. Os principais artefatos da pré-história brasileira são as pedras manipuladas para a confecção de instrumentos, os fragmentos cerâmicos, a reciclagem de ossos de animais e conchas, notadamente. Os locais onde são encontrados os artefatos são identificados como sítios arqueológicos. Pela sua condição espacial, os sítios são classificados como abrigos, sítios a céu aberto e sítios construídos; pela funcionalidade, sítio habitação (estável ou ocasional), depósitos de lixo (sambaquis), oficinas de trabalho, sítios cerimoniais (cemitério, registro rupestre). Cada sítio arqueológico é uma página da pré-história.

A pré-história brasileira é dividida em dois grandes períodos:



Culturas do Pleistoceno (Anteriores a 12.000 AP)

AP – significa “Antes do Presente” que, por convenção, é 1950.
Trata-se de uma menção à descoberta da técnica de datação através do carbono 14, que se deu em 1952. As referências cronológicas obtidas através de métodos físicos são sempre acompanhadas de suas respectivas margens de erro, que são expressas com o sinal positivo e o negativo (±).
I. A Cultura do Paleoíndio

Populações que teriam vivido concomitantemente com a megafauna. Sítios principalmente de matança, não de acampamentos residenciais. Artefatos identificadores, pontas bifaciais, especializadas, de projétil, geralmente acompanhadas de lascas usadas como facas, raspadores e raspadeiras; o ambiente, um período frio e seco; população, pouco numerosa e nômade, organizada em bandos frouxos. Os animais caçados seriam, como hipótese ainda não plenamente constatada, os que se extinguiram com o final da glaciação e que, em termos populares, poderíamos denominar de bisontes, cervídeos e camelídeos, antigos cavalos, preguiças e tatus gigantes, antas, tigres-dente-de-sabre etc.

Luzia, um dos mais antigos registros da
presença humana no Brasil.
Megatério
Fonte: Museu Nacional/RJ.
Mastodonte
Fonte: Museu Nacional/RJ

Culturas do Holoceno (12.000 AP)

As culturas pré-cerâmicas

   Temperaturas quentes com umidade localmente diversificadas. Vegetação em expansão. Na alimentação, os moluscos terrestres ocupam posição determinada, amplia-se a acesso a proteínas vegetais e caça mais reduzida. As culturas estão sendo diversificadas, à proporção que os grupos de caçadores-coletores se adaptar aos recursos locais. A pedra era predominantemente utilizada para fabricar artefatos que englobam ferramentas, armas e objetos de adorno. O uso das peças líticas caracteriza-se no período como múltiplo: cortar, raspar, furar, desbastar, moer, aplainar, serrar e até decorar. A matéria-prima predominante: o sílex, o quartzo e a calcedônia. Duas técnicas foram empregadas em função do uso e do avanço tecnológico: o lascamento e o polimento.


Artefatos líticos da tradição UMBU. Paraná.
(Segundo Chmy, coord., Projeto Arqueológico Itaipu)
Fonte: Prous, André (1992)
II. As culturas pré-cerâmicas do litoral: Os sambaquis

Em lagunas, baías, enseadas ou ao longo dos mangues há o registro de importantes sítios arqueológicos: os sambaquis. A palavra, de origem tupi, significa amontoado (IRI) de mariscos ou conchas (TAMPA). Compreendem, portanto, os acúmulos artificiais de conchas e moluscos (Ostra, Berbigão, Mexilhão). Os grupos pré-históricos de coletores marinhos baseavam o seu sustento preferencialmente na coleta de moluscos, que eram abundantemente encontrados nas lagoas, mangues e baías do litoral do Brasil. Não se sabe se a coleta de moluscos seria uma atividade predominante e anual de moradores do litoral ou uma atividade estacional e complementar de populações transumantes entre o litoral e o interior. As datações nos sambaquis brasileiros situam aquelas culturas entre oito e dois mil anos do presente. Em forma de calotas, os sambaquis ou concheiros constituem morros artificiais entre dois e dez metros de altura, com trinta metros, em média, de comprimento e largura. A decapagem nos depósitos constata vestígios humanos: fogueiras, enterramentos, líticos, restos de alimentos e, em menor número, recipientes de barro não cozido.



Zoólitos. Coleção Padre Rohr, IPHAN, SC.

Leonardo França

Irmandades Religiosas em Minas Gerais (1710- 1790)

    As irmandades são instituições religiosas compostas por leigos que tinham como objetivo ajudar os seus membros e a comunidade. As irmandades obedeciam a regras sancionadas pela Igreja e tinham as suas contas verificadas anualmente por um dignitário religioso. Estas instituições, que existiam na Europa desde a Idade Média, aparecem no Brasil a partir do século XVIII, em especial na região de Minas Gerais. A corrida ao ouro levara inúmeros aventureiros em busca de fortuna, mas o estabelecimento das populações não foi acompanhado pela construção de igrejas ou conventos que pudessem dar assistência religiosa às populações. As irmandades e confrarias religiosas surgiram para colmatar esta falha e são um fenómeno tipicamente urbano. Em 1711 existiam dez irmandades em Minas Gerais.
   As diversas irmandades eram compostas por membros muito heterogéneos já que qualquer pessoa podia ser membro de uma dessas associações, homens livres ou escravos, ricos ou pobres, homens ou mulheres de todas as raças. Para se ser membro tinha que se ter uma conduta moralmente aceite, cumprir os seus deveres para com a Igreja e contribuir financeiramente para a irmandade. As irmandades atuavam como catalizadores dos interesses dos diversos grupos sociais, já que cada irmandade defendia os interesses dos seus membros. Era possível pertencer a mais de uma irmandade ao mesmo tempo e estas nasciam consoante as necessidades da comunidade pois não havia restrições sobre o número. Os irmãos recebiam não só assistência na doença e na morte como, no caso dos escravos podiam contar com ajuda na obtenção da carta de alforria. As irmandades dedicadas à Senhora do Rosário, a São Benedito ou a Santa Efigénia eram geralmente compostas por irmãos negros e mulatos pobres. Neste contexto, não só encontravam assistência material e espiritual, como dispunham de um espaço de socialização para troca de experiências e reforço da sua identidade cultural. Os escravos podiam, deste modo, manter vivas as suas tradições africanas, embora adaptadas à religião cristã.
   O financiamento das irmandades e confrarias religiosas era conseguido através das cotas de inscrição, anuidades e esmolas deixadas em testamento pelos seus membros. Mas possuíam ainda um património imobiliário como terrenos, casas, igrejas e hospitais, que representava a principal fonte de rendimentos destas instituições. As movimentações financeiras eram registadas por um tesoureiro que depois submetia estes registos à apreciação de um visitador eclesiástico. Este controlo servia para garantir que o orçamento contemplava as despesas com as missas e enterros e que o dinheiro não era todo gasto em festividades, o que acontecia muitas das vezes. As festas religiosas eram cruciais para as irmandades. A sua organização era algo a que os irmãos se dedicavam com afinco. As decorações, a música, os cantares, a escolha dos percursos e dos patronos, era tudo cuidadosamente elaborado com vista a fazer melhor que as outras congéneres. Por vezes os excessos de manifestações profanas nestas festas religiosas, por parte das populações negras e mestiças, levaram a Igreja a repreender as irmandades responsáveis. As irmandades brasileiras tiveram um papel social de relevo ao prestar assistência às populações, mas o seu contributo para o enriquecimento do espaço urbano, não pode ser negligenciado. A construção de capelas e igrejas ajudou a demarcar o espaço urbano, a criar espaços para a comunidade e introduziu as correntes artísticas da época, como o Barroco, tanto na arquitetura como na escultura e pintura.
Leonardo França

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Pirâmide social medieval


Quais as classes sociais que conseguimos identificar nesta imagem?
                                                                                            Leonardo França

Revolução Inglesa (1640-1688)


Durante o século XVII a Inglaterra vivia em um período de grande crescimento econômico, o país passou a expor seus produtos para a Europa em grandes quantidades, assim as propriedades rurais passaram a ter grande valor aos olhos dos superiores. Assim, os grandes fazendeiros e proprietários agiram á favor da expulsão dos camponeses de suas terras, fazendo com que eles tivessem de buscar cidades grandes para morar, tendo de se sujeitar as péssimas condições de trabalho e qualidade de vida. Com o tempo à própria burguesia se insatisfez com a situação do país, pois não queriam mais o poder absoluto nas mãos do rei, assim foi declarado à ideia de tirar o trono que passava de pai para filho e expor a ideai de que todos podem se candidatar a rei.
Guerra Civil
Assim todas as questões baseavam-se na insatisfação do povo burguês e do parlamento contra o rei e seus poderes absolutos. A Guerra Civil Inglesa estendeu-se do ano de 1641 ao ano 1649, onde o país foi dividido e se demarcou um período importante na Revolução Inglesa. De um lado os cavaleiros que apoiavam o rei pelos senhores feudais e do outro os cabeças redondas que apoiavam o parlamento.
A guerra e a Revolução
A Revolução Inglesa deu margem a Guerra Civil Inglesa que aconteceu entre os partidários do Rei Carlos I da Inglaterra e o Parlamento liderado na época por Olivier Cromwell. A Revolução começou no ano de 1642 e terminou apenas depois da morte de Carlos I no ano de 1649. Quando também o sucessor de Cromwell (Richard) não tenha a mesma habilidade que seu pai e renunciou o cargo dando aos adversários o estabelecimento da monarquia. Tornando esse período conhecido como Restauração. No século XVII a Revolução Inglesa representou a primeira manifestação de crise do sistema da época moderna, a qual foi identificada como absolutismo.
Com Henrique VIII e Elizabeth I no poder conseguiram á unificação do país, dominando a nobreza e o afastamento do papa, entrando em disputa de colônias com os espanhóis, o que agradou burguesia, barrando o avanço da burguesia mercantil. O poder monárquico era extremamente limitado, mas cedendo a maior parte de suas prerrogativas ao Parlamento, instaurou-se o regime parlamentarista que permanece até os dias atuais. Nessa época, foi exigida a prisão de dois ministros do rei e aprovaram uma lei que proíbe o monarca de dissolver o parlamento. Esse processo teve início com a Revolução Puritana de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de 1688, as quais fazem parte de um mesmo processo revolucionário. Foi esse movimento revolucionário que proporcionou condições indispensáveis para a Revolução Industrial do século XVIII, deixando o terreno preparado para o avanço do capitalismo.
Concluiu-se que mais de 15% da população tenha morrido durante a guerra, de certa forma foi a Revolução Inglesa que criou com o auxilio da Revolução Industrial as condições para a instauração do modo de produção capitalista, permitindo á marinha Inglesa o controle total dos mercados mundiais na época. Naquelas circunstâncias, a Inglaterra se tornou o único país não Monárquico, mas depois de alguns anos a monarquia foi restaurada com a ajuda de Carlos II, a Inglaterra tornou-se então uma Monarquia parlamentar onde existe um rei, mas ele não exerce função de governo (O rei reina, mas não governa).

                                                                                                                          Leonardo França

Voto de cabresto/República Velha


 Discuta esta charge com seus colegas e depois anote as conclusões em seu caderno.                                                               

Exercícios/ República Velha



Nas questões de 01 a 05 utilize o código abaixo:

a) I, II e III são corretas
b) I, II e III são incorretas
c) I e II são corretas
d) I e III são corretas
e) II e III são corretas

01.
I. A suspensão dos alvarás que proibiam as manufaturas no Brasil permitiu que o país tivesse um considerável desenvolvimento industrial.
II. A pequena dimensão do mercado interno brasileiro e o baixo poder aquisitivo da população foi fatores que tolheram o desenvolvimento industrial brasileiro.
III. O grande momento no processo industrial brasileiro foi a II Guerra Mundial, quando se instaurou um sistema que significava mudança na estrutura da economia, principalmente em seu aspecto qualitativo.

02.
I. As facções liberal e realista da época da independência brasileira conciliaram suas divergências para organizar e manter a unidade política do país.
II. Segundo alguns historiadores, Deodoro e Floriano desempenharam papel de simples substitutos do Poder Moderador, na mesma tradição centralizadora do Império, sem alterar as estruturas do país.
III. Os ressentimentos dos oficiais com a chamada Questão Militar, de 1884 – 1885, foram capitalizados em prol da causa republicana.

03.
I. A principal característica da economia brasileira, segundo Celso Furtado, na primeira metade do século XX, é a emergência de um sistema cujo principal centro dinâmico é o mercado interno.

II. Ao desenvolvimento industrial brasileiro que sucede à prosperidade cafeeira, corresponde uma acentuada concentração regional de renda.

III. A integração do Nordeste à economia industrializada obedece a um planejamento prioritário que se iniciou no governo Vargas.

04.
I. A crescente procura de áreas favoráveis ao cultivo do café contribuiu para o povoamento da costa paulistana, em princípios do século XX.
II. O excesso de produção cafeeira agravou os problemas financeiros da República Velha.
III. A decadência do café nas regiões do Vale do Paraíba se iniciou a partir da queda da Bolsa em 1929.

05.
I. O debate sucessório de 1910 se caracterizou pela reação às “candidaturas oficiais”.
II. As dissensões entre os grupos militares e oligarquia tradicional, que apoiaram a candidatura Hermes da Fonseca, culminaram na intranqüilidade política que caracterizou seu quadriênio.
III. O grupo mineiro do “Jardim da Infância” representou, no governo Afonso Pena, a reação ao “Bloco” de Pinheiro Machado.

                                                                                                                   Leonardo  França

Exercícios/Feudalismo


01.  Durante grande parte da Idade Média, a Europa Ocidental viu definhar lentamente as atividades comerciais, a ponto de quase desaparecerem. Cite dois fatores que causaram o atrofiamento do comércio nesse período:
                               
02.  Politicamente, o feudalismo se caracterizava pela:
a) atribuição apenas do Poder Executivo aos senhores  de terras;
b) relação direta entre posse dos feudos e soberania, fragmentando-se  o poder central;
c) relação entre a vassalagem e suserania entre mercadores e senhores feudais;
d) absoluta descentralização administrativa, com subordinação dos bispos aos senhores feudais;
e) existência de uma legislação específica a reger a vida de cada feudo.
 
03.
O feudalismo:
a) deve ser definido como um regime político centralizado;
b) foi um sistema caracterizado pelo trabalho servil;
c) surgiu como conseqüência da crise do modo de produção asiático;
d) entrou em crise após o surgimento do comércio;
e) apresentava uma considerável mobilidade social.


04.  A característica marcante do feudalismo, sob o ponto de vista político, foi o enfraquecimento do Estado enquanto instituição, porque:

a) a inexistência de um governo central forte contribuiu para a decadência e o empobrecimento da nobreza;
b) a prática do enfeudamento acabou por ampliar os feudos, enfraquecendo o poder político dos senhores;
c) a soberania estava vinculada a laços de ordem pessoal, tais como a fidelidade e a lealdade ao suserano; 
d) a proteção pessoal dada pelo senhor feudal a seus súditos onerava-lhe as rendas;
e) a competência política para centralizar o poder, reservada ao rei, advinha da origem divina da monarquia.
 
05.  Sobre o feudalismo, assinale a alternativa correta:
a) A economia era dinâmica, monetária e voltada para o mercado.
b) A sociedade era móvel, permitindo a ascensão social.
c) O poder político estava centralizado nas mãos de um monarca absolutista;
d) A mão-de-obra básica era formada por trabalhadores escravos.
e) As principais obrigações devidas pelos trabalhadores eram a corvéia e a talha.

06. Quanto às relações entre suseranos e vassalos:
a) senhor e servo eram categorias semelhantes a suseranos e vassalos;
b) o servo prestava homenagem ao senhor feudal;
c) o senhor feudal concedia o benefício ao vassalo;
d) as obrigações entre vassalos e suseranos eram recíprocas;
e) o juramento de fidelidade podia ser rompido a qualquer momento.

                                                                                                                     Leonardo frança
 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

República Velha (1889-1930)


Introdução
         O período republicano começa com a derrubada do Império e a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, e se estende até hoje. Costuma ser dividido em cinco fases distintas: Primeira República ou República Velha, Era Vargas, Segunda República, Regime Militar e Redemocratização.

Desenvolvimento
      Chama-se de Primeira República ou Republica Velha, o período que vai do fim do Império até a Revolução de 30. Tem dois momentos distintos: a República da Espada, até 1894, momento de consolidação do regime marcado pela presença dos militares no poder, e República das Oligarquias, até 1930, período em que os civis ocupam o poder.
* República da Espada – A cena política logo após a Proclamação da República é dominada por uma acirrada luta pelo poder entre centralistas e federalistas. Os centralistas, em geral militares, têm a liderança do marechal Deodoro da Fonseca. Identificados com as ideias positivistas de um Estado forte, são apoiados pelas antigas elites agrárias. Os federalistas reúnem uma maioria de civis que representam as forças políticas e econômicas dominantes nos Estados, principalmente São Paulo e Minas, os mais ricos do país. Defendem a descentralização do poder sob a forma de república federativa e o controle do governo pelo Congresso, onde as oligarquias regionais estariam representadas. Os dois primeiros presidentes são militares.
* República das Oligarquias – Passado os primeiros momentos de afirmação da República, os cafeicultores paulistas, que já detêm a hegemonia econômica, conseguem também a hegemonia política. A chamada República das Oligarquias consolida-se a partir do governo de Prudente de Morais. Os Estados de São Paulo e Minas Gerais, respectivamente os maiores produtores de café e de leite do país, passam a dominar o governo central na chamada ”política do café-com-leite”. A Presidência da República é ocupada alternadamente por representantes do Partido Republicano Paulista (PRP) e do Partido Republicano Mineiro (PRM). No governo Campos Sales, acordos políticos feitos com as oligarquias locais dão origem a um outro apelido do período, o de ”política dos governadores”.

Governo Provisório
      Instalado na noite de 15 de novembro de 1889, o governo provisório é dirigido pelo marechal Deodoro da Fonseca. Instaura o regime republicano federalista, transforma as Províncias em Estados da Federação e o país passa a chamar-se Estados Unidos do Brasil. Os estrangeiros residentes no Brasil têm a opção de se naturalizar e adquirir a cidadania brasileira.
Federalismo – O presidente é o chefe da nação e tem poderes para intervir nos Estados em caso de movimentos separatistas, invasão estrangeira ou conflitos com outras unidades da Federação. Os 20 Estados têm autonomia para elaborar sua Constituição, eleger governadores, realizar empréstimos no exterior, decretar impostos e formar suas próprias forças militares.
Representação restrita – Os chefes do Executivo e os membros do Legislativo são eleitos diretamente. O voto não é secreto. Analfabetos, mulheres, soldados e menores de 18 anos não têm direito a voto – restrições que reduzem o eleitorado a cerca de 6% da população do país.

Política externa
      Passado o período de reconhecimento da República, o Brasil enfrenta vários litígios de fronteira. O mais grave é a disputa pelo Acre com a Bolívia. Com sua economia centrada em produtos agrícolas de exportação, o país depende do mercado externo e sua política internacional tende a alinhar-se com a de seus principais compradores. Durante a 1a Guerra Mundial alinha-se com os Estados Unidos e é o único país da América do Sul.

Economia na Primeira República
     Durante a Primeira República, a economia brasileira permanece centrada na produção cafeeira, mas avança o processo de modernização e diversificação das atividades econômicas. No final do século XIX, os engenhos nordestinos modernizam-se com a instalação de usinas mecanizadas. No sul do país, as pequenas propriedades de colonização estrangeira aumentam sua participação no mercado interno e externo, com núcleos econômicos exportadores de charque e erva-mate. Na região Amazônica intensifica-se a exploração da borracha, valorizada pela nascente indústria automobilística. A indústria brasileira também cresce com capitais vindos da cafeicultura ou estrangeiros, e expandem-se os organismos de crédito. No início do século, empresas estrangeiras instaladas no país, como a anglo-canadense Light & Power e a norte-americana Bond and Share, ampliam os serviços urbanos de água, luz e transportes.

Sociedade na Primeira República
    No final do Império e Primeira República, a sociedade brasileira fica mais diversificada. Além da elite dominante, representada pela burguesia rural e urbana, as classes médias aparecem com força no cenário político. Surge também um proletariado urbano influenciado pelas tradições políticas anarquistas e socialistas trazidas pelos imigrantes europeus.
Classes sociais – A burguesia é formada pelos representantes da lavoura tradicional e ex-escravocrata, como os do Vale do Paraíba; pelos cafeicultores modernos que empregam trabalho assalariado, como os do oeste de São Paulo; por banqueiros e grandes comerciantes ligados à exportação e à importação, e pelos grandes e pequenos industriais. As classes médias urbanas incluem os imigrantes que se dedicam ao pequeno comércio e ao artesanato; os militares, os profissionais liberais e os altos funcionários públicos. O proletariado inclui funcionários públicos do baixo escalão, trabalhadores assalariados rurais e urbanos, e uma grande maioria de ex-escravos desempregados ou que trabalham como biscateiros.
Presença do imigrante – Entre 1889 e 1928 entram no país 3.523.591 imigrantes. Mais de um terço são italianos, seguidos pelos portugueses, espanhóis, alemães e japoneses. A maior parte vai para a lavoura do café. Muitos, porém, de origem urbana, abandonam o campo e dedicam-se ao comércio ou à indústria, como assalariados ou donos de seus próprios negócios.

Cultura na Primeira República
    Obras literárias inspiradas na realidade brasileira, como as de Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Lobato, surgem nos primeiros anos da República. Mas é a partir da 1a Guerra Mundial que a produção cultural do país adquire maior pujança e originalidade. Na Europa, o pós-guerra é acompanhado por um movimento de renovação artística. Surge uma nova estética e as chamadas ”vanguardas” ganham espaço na literatura, na música e nas artes plásticas. Os artistas brasileiros, principalmente os mais jovens, também são tocados pelo espírito renovador. Acompanham o que acontece fora do país mas querem produzir uma arte original, oposta aos padrões europeus – tendência que desemboca na Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, em fevereiro de 1922.

Crise da Primeira República
   A superprodução cafeeira e a política de valorização do café levam a uma crise econômica. A queda da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, acentua a crise. Surgem brechas nos acordos políticos entre as oligarquias que controlam o Estado desde o início da República. Nas eleições de 1930 os paulistas desafiam a tradicional política do café-com-leite. Decidem permanecer no controle do governo central, quando a vez seria dos mineiros. O presidente Washington Luís, um paulista, indica outro paulista, Júlio Prestes, como candidato à sua sucessão.
    Aliança Liberal – Minas Gerais passa para a oposição e alia-se ao Rio Grande do Sul e à Paraíba. Os três Estados formam a Aliança Liberal que, além das elites agrárias, também aglutina militares e setores das classes médias urbanas. O gaúcho Getúlio Vargas é escolhido para concorrer à Presidência, tendo como vice o paraibano João Pessoa. A campanha eleitoral mobiliza todo o país. Júlio Prestes é eleito presidente em 1o de março de 1930, mas não chega a assumir o cargo. Em outubro, estoura a Revolução de 1930, que leva Getúlio Vargas ao poder.

Leonardo França

O ciclo do ouro ( 1650-1790)


Até o fim do século XVII, a exportação do açúcar se constituía na principal atividade econômica desempenhada por Portugal em terras brasileiras. Contudo, após a Holanda iniciar o cultivo da cana-de-açúcar nas Antilhas, passou a oferecer um açúcar de grande qualidade e com um preço mais competitivo do que o produzido no Brasil. Tal fato desencadeou uma crise no mercado de açúcar brasileiro. Desta forma, Portugal precisou buscar uma nova fonte de lucros. Essa busca teve um fim com a informação da existência de muito ouro e outras pedras preciosas em Minas Gerais e, posteriormente, Goiás e em Mato Grosso. Tais descobertas se deram em razão da ação dos bandeirantes, sertanistas que desbravavam o interior do Brasil em busca de riquezas.
O Ciclo do Ouro desencadeou uma verdadeira corrida em busca do enriquecimento. Portugueses e brasileiros de todas as partes se moveram para as novas e promissoras regiões. Entretanto, logicamente a Coroa logo estabeleceu pesados impostos para lucrar com toda a atividade aurífera gerada. Todo o ouro encontrado deveria ser encaminhado para as Casas de Fundição, derretido e transformado em barras, nas quais havia o selo da Coroa (uma espécie de autorização). Neste processo já era cobrado um imposto: o “quinto”, que nada mais era do que a cobrança da quinta parte de todo o ouro encontrado. Outro imposto estabelecido pela Coroa foi a “derrama”. Neste caso, a mesma estabelecia a cobrança anual de uma quantidade específica de ouro de cada região aurífera. Caso não fosse gerado o valor pretendido em impostos, os soldados invadiam as casas e tomavam bens de valor da população, até atingir o valor pré-estabelecido.
O Ciclo do Ouro trouxe consigo significativas mudanças de caráter socioeconômico. O eixo econômico do Brasil passou a ser o Sudeste. Uma prova disto foi à mudança da capital, de Salvador para o Rio de Janeiro. De uma forma geral, o Centro-Sul do Brasil passou por uma fase de desenvolvimento, com a construção de escolas, teatros, igrejas e diversas obras de infraestrutura.

Leonardo França

Mundo Muçulmano


A Arábia Pré-Islâmica A Arábia está localizada numa região desértica, entre o mar Vermelho e o Golfo Pérsico. A maioria de seu território é impróprio para a agricultura; sua população, sendo assim, dedicou-se ao pastoreio. Do início de seu povoamento até o fim do século VI, a Arábia não possuía um poder político centralizado e se achava dividida em duas regiões distintas:
·         Arábia desértica: nesta região, que corresponde à maioria do território árabe, viviam os beduínos, tribos nômades-pastoris em constante disputa pelos oásis e poços de água; (ARABES DO DESERTO)
·         Arábia feliz: esta região era formada por tribos sedentárias, organizadas sob forma de clãs familiares, que, nas regiões litorâneas da Península Arábica, desenvolviam uma economia agrícola e mercantil. Nela surgiram as principais cidades árabes, verdadeiros centros comerciais como Meca e Yatreb. Pontos de passagem de caravanas que ligavam o Oriente ao norte da África, nessas cidades, sobretudo em Meca, surgiu uma aristocracia mercantil, formada por famílias que dominavam o comércio. Em Meca, esse papel era desempenhado pela tribo coraixita. (ARABES URBANOS) A religião da Arábia pré-islâmica também favorecia a importância da cidade de Meca. Os árabes, antes de Maomé, seguiam o politeísmo idólatra, isto é, cada tribo cultuava seus ancestrais sob forma de ídolos (imagens) que se achavam conservados na Caaba (templo) de Meca. O deus principal era Alá, simbolizado pela “pedra negra”, que, segundo eles, havia sido enviada dos céus.
Anualmente, milhares de peregrinos, oriundos de todas as regiões da Península Arábica, deslocavam-se em direção à Meca, dinamizando ainda mais o comércio e gerando uma riqueza considerável para os mercadores da cidade.

A Unificação Política Maomé (570 - 632)

Nasceu em Meca, membro de uma família pobre da tribo coraixita, e foi responsável pelo surgimento de uma nova religião, o islamismo, que garantiu a unidade política à Arábia. Órfão muito cedo, Maomé foi criado por um avô e um tio. Até os 20 anos foi pastor, quando, então, empregou-se na caravana de uma rica viúva chamada Kadidja, com quem veio a se casar mais tarde e de quem teve uma filha. Atuando como caravaneiro, tomou contato com as duas religiões monoteístas da época: o judaísmo e o cristianismo, das quais extraiu elementos para fundar uma nova religião monoteísta.
Após um isolamento no deserto, voltou à Meca, onde, afirmando ter recebido mensagens de Deus, através do Arcanjo Gabriel, tentou divulgar sua doutrina. Dizia-se instrumento de Deus, enviado aos árabes para ensinar- lhes o caminho da salvação.
Sua doutrina condenava o politeísmo idólatra, fonte de disputas entre os árabes, e defendia o monoteísmo fundado na submissão a Alá e na leitura rigorosa do Corão, livro sagrado dos muçulmanos. Ao divulgar sua doutrina, Maomé chocou-se com os interesses econômicos dos coraixitas de Meca que temiam que a nova religião diminuísse as peregrinações à Caaba, prejudicando assim seus negócios. Maomé foi perseguido e expulso de Meca em 622 (início do calendário islâmico), dirigindo-se para a cidade de Yatreb, episódio conhecido como Hégira. A cidade de Yatreb, depois Medina (“a cidade do profeta”), recebeu Maomé e seus seguidores, aderindo à religião islâmica e divulgando-a entre os beduínos do deserto. Em pouco tempo, Maomé conquistou uma legião de adeptos que, em 630, se dirigiu e conquistou Meca. Conseguiu, dessa forma, impor uma única religião aos árabes, elemento determinante para a unificação política da região; Maomé, além de chefe religioso, passou a ser o chefe político dos árabes. Em 632, o profeta Maomé morreu e foi sucedido pelos Califas (seguidores do profeta).

A Expansão do Islamismo

No final do século VII, a população árabe viveu um intenso crescimento demográfico que gerou a necessidade de novas terras. Um elemento da religião fundada por Maomé serviu de justificativa para a expansão territorial verificada no século seguinte. Segundo os preceitos islâmicos, todo seguidor de Maomé deve ser um soldado encarregado de levar a fé a todos os “infiéis”(djihad = Guerra Santa). Tal motivação levou os árabes, comandados pelos califas, à expansão por vastas áreas do Mediterrâneo.
A expansão muçulmana ampliou os domínios árabes em direção ao mar Mediterrâneo e só foi contida na Europa por Carlos Martel, do reino Franco, em 732, na batalha de Poitiers. Durante quase mil anos, os árabes-muçulmanos controlaram a navegação e o comércio no Mediterrâneo, bloqueando o acesso dos europeus ao comércio com o Oriente. A partir de meados do século VIII, o Império Islâmico começou a dar os primeiros sinais de decadência. Inicialmente porque a dinastia Omíada, responsável pelo apogeu expansionista, foi substituída pela dinastia dos Abássidas que, disputando o poder político, acabou por promover a fragmentação do Império em Califados independentes. Por outro lado, a resistência ibérica à dominação islâmica sobre a região (Guerra de Reconquista) e o movimento das Cruzadas, iniciado no século X pelos cristãos, também contribuíram para o enfraquecimento do Império. Finalmente, os turcos- otomanos convertidos ao islamismo entraram em choque com os árabes pelo domínio do Mediterrâneo.

A Cultura Islâmica
    
 A cultura islâmica assimilou elementos de diversas culturas, reelaborando-os e enriquecendo-os com contribuições originais. Assim, dentre as principais realizações culturais dos árabes, podemos destacar:
·         Ciências: campo em que os muçulmanos mais se desenvolveram; na matemática aprimoraram a Álgebra e a Geometria; dedicaram-se também à Astronomia e à Química (alquimia);
·         Medicina: grande foi a importância de Avicena que, entre várias descobertas, diagnosticou a varíola e o sarampo e descobriu a natureza contagiosa da tuberculose;
·         Artes Plásticas: a pintura e a escultura não contaram com grande desenvolvimento pela proibição de se representar formas vivas; a arquitetura sofreu influência bizantina e persa, utilizando em profusão cúpulas, minaretes e arcos ogivais;
·         No campo da matemática, deixaram de legado cultural para o ocidente, o sistema numérico. (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9).
·         Literatura: contamos com vasta produção, com destaque para a coletânea As mil e uma noites e o poema Rubaiyat, de Omar Khayam.
Nunca é demais enfatizar que o grande legado da civilização islâmica para o mundo foi a religião fundada por Maomé e que conta com milhões de adeptos.
Leonardo França